Como é a Cirurgia de Luxação de Patela em Cachorro?
Neste artigo, a rede Pet Fisio vai exemplificar qual é o procedimento mais eficiente de cirurgia de luxação de patela em cachorro, quais as causas dessa doença, sua incidência, diagnóstico e tratamento pós-operatório mais eficiente.
O que esperar quando seu cão precisa de cirurgia para luxação patelar:
Se o seu veterinário recomendou a cirurgia de (luxação medial da patela) para o seu cão, você provavelmente tem algumas perguntas. Esta postagem do blog aborda as principais perguntas que recebemos dos donos de cães sobre a cirurgia . Abordaremos as dúvidas mais comuns e o que acontece antes, durante e após a cirurgia do seu animal de estimação.Confira a seguir neste texto:
O que é uma luxação patelar
A luxação medial da patela (MPL) é uma condição também conhecida como luxação da rótula. É mais comum em cães menores, mas pode ser encontrado em cães de todos os tamanhos. Normalmente, a patela (rótula) fica em um sulco no fêmur (osso da coxa) e é presa por um tendão que conecta o quadríceps à tíbia (osso da canela). Quando o joelho está deslocado (luxação patelar), ele sai desse sulco quando o joelho do seu cão é flexionado.
A luxação patelar é uma das condições ortopédicas mais comuns encontradas em cães, diagnosticada em 7% dos filhotes, sendo raças como Boston e Yorkshire Terriers, Chihuahuas, Lulu da Pomerânia e Poodles Miniatura sendo as mais comuns. Em quase metade de todos os casos, a luxação patelar será encontrada em ambos os joelhos.
Quais as raças mais afetadas pela luxação de patela em cães?
Embora na grande maioria dos casos a luxação patelar acometa cães de pequeno porte (maioria dos casos de luxação medial), este é um problema que pode afetar cães de grande porte também (principalmente a luxação lateral), que tenham o problema em função de uma origem genética.
Raças pequenas como Poodle, Shih Tzu, Yorkshire, Dachshund, Pequinês, Lulu da Pomerânia, Lhasa Apso, Chihuahua, Bichon Frisé e Pug são os mais atingidos.
Enquanto raças de grande porte como Labrador Retriever, Bulldog Inglês, Cocker Spaniel e Golden Retriever também podem apresentar a luxação patelar.
Como a luxação patelar é diagnosticada?
Principalmente a luxação patelar é diagnosticada através da palpação da rótula instável durante um exame ortopédico.
Os sintomas variam significativamente com base na gravidade da luxação, mas frequentemente incluem:
1 – Andar manco (claudicação) que vai e volta;
2 – Dores intermitentes, que aparecem e somem, principalmente em climas frios;
3 – O pet passa a mancar com uma ou duas pernas traseiras;
4 – O pet passa a tentar esticar a perna para trás enquanto anda;
5 – As articulações ficam com aparência inchada;
6 – O pet perde sua capacidade de saltar e até pular naturalmente;
7 – Parte inferior do membro costuma girar em direção ao lado onde está a luxação (medial ou lateral).
Testes adicionais podem ser usados para diagnosticar condições associadas à luxação patelar. Estes mais comumente incluem raios-x dos membros posteriores para avaliar melhor as alterações ósseas que contribuem para a luxação patelar.
Níveis de gravidade da luxação de patela em cães
Como dito acima, a luxação patelar em cães é dividida em 4 graus diferentes e seu tratamento depende dessa sintomatologia.
Grau I:
A patela pode sofrer luxação “ativa” quando a articulação é mantida em completa extensão. Não há crepitação ou deformidade óssea. Normalmente não há sinais clínicos.
O tratamento normalmente é indicado para a fisioterapia veterinária visando o fortalecimento muscular com finalidade de impedir a evolução do quadro e estabilizar a patela.
Grau II:
Ocorre a luxação espontânea, mas não permanente, o animal normalmente dá um ganido e flexiona o membro, mas após alguns passos, consegue recolocar a patela no local, fazendo um movimento que mais parece uma câimbra. Há desenvolvimento de deformidades ósseas e rotação de tíbia.
Nesses casos, a fisioterapia ainda apresenta um ótimo resultado com o fortalecimento muscular, controle da inflamação e dor local, auxiliando na estabilização da articulação e evitando a cirurgia.
Grau III:
A patela encontra-se em luxação permanente, mas pode ser reduzida manualmente. São observadas deformidades ósseas mais graves, pode ser palpável um sulco troclear raso. Normalmente apresenta andar anormal “agachado”, com rotação de membro.
Todos os casos de luxação grau III devem ser indicados para cirurgia antes que eles evoluam para grau IV. Estima-se que 5 dias após a cirurgia já é indicado o início da fisioterapia para melhorar e acelerar a recuperação.
Grau IV:
Apresenta luxação permanente e irredutível manualmente. A tíbia sofre rotação de 60 a 90 graus, com deformidades ósseas e ligamentares graves. As cirurgias corretivas são muito complexas, pois as alterações musculares e tendíneas também são muito graves.
Nesses casos de luxação de patela, é indicado a fisioterapia por 1 mês antes da cirurgia para soltura da musculatura com contraturas e fortalecimento de parte da musculatura atrofiada, facilitando a cirurgia e o sucesso pós-cirúrgico. Após retirada dos pontos é indicada a fisioterapia com eletroterapia e esteira aquática para ganho de massa muscular.
Como é a cirurgia de luxação de patela em cachorro: conheça a técnica de 4T
A luxação patelar é uma das patologias articulares mais comuns na ortopedia veterinária, tendo a técnica de Transposição de Tuberosidade Tibial (TTT clássica), procedimento cirúrgico mais utilizado a nível mundial para o tratamento dessa patologia.
Nos últimos anos, muitos especialistas em cirurgias ortopédicas propuseram implementar melhorias nessa técnica, surgindo o que hoje se denomina cirurgia 4T para luxação patelar em cães.
O método buscou a implementação de avanços no método de fixação da tuberosidade tibial ao seu leito receptor, gerando menos complicações pós-operatórias secundárias ao procedimento de redução de luxação patelar através da transposição da crista tibial.
A técnica dos TTTT consiste na transposição lateral ou medial da tuberosidade tibial, fixada com fio de cerclagem, por meio da criação de orifícios, tanto na tuberosidade tibial, quanto no leito receptor, se mostrando eficaz na estabilização, proporcionando boa consolidação óssea e sem índices de complicação após o implante.
A importância da fisioterapia veterinária nos casos de luxação de patela em cães
A cirurgia ainda é a medida mais assertiva para que o pet consiga recuperar o seu apoio e mobilidade em um primeiro momento. Apesar disso, casos de grau I e II
costumam apresentar ótimos resultados apenas com as técnicas de fisioterapia veterinária, muitas vezes evitando a intervenção cirúrgica.
Em qualquer caso, o tratamento auxiliar através das diferentes técnicas de fisioterapia veterinária é uma garantia maior de recuperação plena e saudável, desde o emagrecimento até o fortalecimento articular, muscular e confiança de mobilidade, mesmo em casos de pós-operatório.
A hidroterapia e acupuntura são técnicas muito requisitadas e comprovadamente eficazes na recuperação de casos como os de luxação patelar em cães. O uso de esteira aquática para diminuição de impacto e melhor adaptação, até a acupuntura no controle de dores e melhora na recuperação muscular oferecem programas que respeitam a condição física e mental de cada pet, evoluindo gradualmente.
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