Alimentação Natural para Cães – Como Introduzir?

Alimentação Natural para Cães – Como Introduzir?

Alimentação natural para cães: entenda essa nova prática alimentar, como deve ser introduzida, quais alimentos mais utilizados e modos seguros de preparo e adequação

Um assunto que vem ganhando cada vez mais destaque na busca por uma vida saudável para nossos pets, é a adesão de uma alimentação natural para cães. Trata-se de uma dieta balanceada composta por ingredientes naturais minimamente processados que buscam fugir das arapucas impostas pelos produtos 100% industrializados.

Embora a alimentação natural para cães ganhe cada vez mais adeptos no mercado, ainda é um assunto que divide opiniões, inclusive por profissionais da saúde animal. De um lado os adeptos da alimentação natural que tentam escapar da alimentação via rações especializadas da indústria. Do outro, um grupo que ainda acredita que a alimentação natural não consegue oferecer a quantidade de nutrientes suficientes para manter a saúde dos pets.

De qualquer maneira, é importante compreendermos que essa mudança de alimentação deve sempre ser acompanhada por um profissional da medicina veterinária para a adequação correta dessa nova rotina alimentar e, claro, para fugirmos da desinformação e mitos que circundam o assunto.

Uma breve análise sobre a evolução fisiológica dos cães

Os cães são animais fisiologicamente carnívoros, ou seja, que se desenvolveram através da capacidade de aproveitamento dos nutrientes presentes na carne, sendo que seu organismo está preparado para receber alimentos com maior percentual de proteína.

Os cães são descendentes diretos dos lobos e partilham, ainda hoje, uma série de peculiaridades inerentes ao código genético dessa espécie. Mesmo após a domesticação dos cães, cerca de 15 mil anos atrás, eles não deixaram de manter e necessitar de seus hábitos naturais.

Nesses termos, é preciso compreendermos que a alimentação natural canina não se trata de um modismo. Na verdade, historicamente falando, as rações industrializadas só existem há pouco mais de 30 anos no mercado. Ou seja, a alimentação pautada em ingredientes naturais tem muito mais participação na vida canina do que a própria ração.

A verdade é que a ração é uma alimentação formulada matematicamente para ser equilibrada. São compostas, em grande maioria, com um percentual necessário maior de carboidratos (extrato etéreo) e menor de proteína e gorduras. Além disso, muitas marcas utilizam o milho e soja transgênicos (identificado com inicial T na embalagem), vísceras, conservantes como BHA e BHT (que podem ser cancerígenos) e outras partes não adequadas para o consumo humano.

A alimentação canina natural busca adaptar o alimento para uma melhor digestão e aproveitamento do pet, propondo uma dieta composta por um equilíbrio entre proteínas, gorduras de boa qualidade, carboidratos, fibras, vitaminas, minerais e água. Entretanto, mesmo com a dieta natural para cães, ainda são necessários suplementos minerais, probióticos e prebióticos para compensar tudo o que o pet precisa, favorecendo inclusive sua saúde intestinal.

Mas, afinal, a alimentação natural para cães é recomendada?

O fato de não haver um consenso em relação à sua eficiência não anula os benefícios da mudança estrutural na dieta dos cães. Na verdade, trata-se muito mais da capacidade de adequar uma refeição realmente efetiva para a saúde do pet, do que propriamente a mudança de alimentação.

Como dito anteriormente, a composição nutricional deve sempre ser feita sob a orientação de um nutricionista veterinário que levará em conta o estilo de vida do pet, sua idade, porte, nível de atividade, predisposições genéticas, doenças crônicas e outros. Com isso, é possível montar um cardápio próprio natural e balanceado.

Quais os benefícios e desafios da alimentação natural canina?

Os benefícios da mudança para uma alimentação natural balanceada para cães incluem:

  • Melhora na palatabilidade (com mais sabor e textura);
  • Fezes mais firmes e com menos odor;
  • Menos gases;
  • Mais vitalidade e pelagem brilhante;
  • Maior resistência à doenças;
  • Melhor hidratação do organismo, consequentemente, menos necessidade de ingestão de água.

Entretanto, alguns pontos se colocam como desafio na busca por uma alimentação mais saudável. Entre eles:

  • Maior espaço no freezer para produzir e congelar os alimentos;
  • Inclusão de ingestão de suplementação de vitaminas e minerais que não estão presentes nos ingredientes;
  • É preciso que se siga à risca a dieta, pois a falta de comprometimento pode prejudicar a vida do pet.

Ela funciona para todos os cães?

Quando feita de forma individualizada com auxílio profissional, a alimentação natural pode ser adequada para todos os tipos de cães (filhotes, adultos ou idosos), castrados ou não, assim como para portadores de patologias crônicas.

Aliás, muitas enfermidades encontram na alimentação saudável um meio para reabilitação. São os casos da:

  • Obesidade;
  • Diabetes;
  • Alergias de pele e alimentar;
  • Doença renal crônica;
  • Cardiopatias;
  • Pancreatite;
  • Câncer;
  • Gastrite:
  • Doenças do trato intestinal e urinário.

Claro, essas condições requerem ainda mais cuidados e auxílio profissional com o cardápio. Cães com doença renal crônica, por exemplo, precisam de uma dieta natural com menor teor de fósforo e proteínas, ou cães com alergia alimentar precisam de uma dieta de eliminação para identificar o que pode estar causando o quadro.

Em todo caso, a alimentação natural tem uma flexibilidade maior de ajuste em comparação com rações terapêuticas, por exemplo, pois possuem uma liberdade de formulação muito maior, inclusive podem atender a necessidade de dieta natural para mais de uma doença em um mesmo cardápio.

Quais os principais alimentos utilizados na dieta natural para cães?

Os ingredientes são, em sua grande maioria, de fácil acesso e populares nos cardápios humanos. Abaixo alguns exemplos:

  • Proteínas: frango, boi, peixe, porco, ovos, cordeiro, coelho e vísceras de animais (fígado, língua, coração, rins, baço, pulmão).
  • Gorduras: óleos de coco, borragem, peixe e banha suína.
  • Fibras e carboidratos: arroz integral, beterraba, brócolis, batata doce, cenoura, chuchu, ervilha, extrato de yucca, inhame, lentilha, mandioca, psyllium, rúcula e outros.

É importante destacar que, ao contrário de nós humanos, os cães não necessitam de uma variedade de sabores, pois possuem um paladar muito mais apurado. Com isso, o tempero em excesso é maléfico para os pets, sendo um dos grandes erros e desinformação cometidos pelos tutores, transformando a alimentação de seus cães sem o devido manejo e preparação do alimento, muitas vezes oferecendo a mesma alimentação cheia de tempero.

Também é importante destacarmos a função das frutas, pois, apesar de parecerem inofensivas, existem algumas que devemos evitar. Dentre as mais comuns estão a uva, abacate, laranja e abacaxi. Por outro lado, quando bem lavadas e retirados todos os caroços e sementes, existem frutas benéficas para os cães como: maçã, banana, melancia, morango, caqui e outras.

Outros alimentos também devem ser evitados, principalmente por serem de difícil digestão e potencialmente tóxicos para os pets como: cebola, chocolate, leite, pão, salsicha, café, macadâmia e outros.

Como introduzir a alimentação natural na vida dos cães?

O primeiro passo, como dito acima, é procurar um especialista nutricionista veterinário para avaliar o seu pet. Esse especialista irá pedir exames de rotina e complementares para que possa avaliar todas as vertentes e necessidades nutricionais do seu pet, para a elaboração de um cardápio adequado.

A ideia é que o tutor e o especialista conversem sobre a rotina do pet para que possa ser estipulada a quantidade de calorias que devem ser diariamente consumidas pelo animal. Outro ponto importante é a inclusão de alimentos que sejam populares e fáceis de encontrar e cozinhar, para que o processo de organização e preparo sejam mais simples e não estimulem a desistência por parte dos tutores.

Com o cardápio decidido em mãos, é hora de colocar toda a teoria em prática. É importante que você não mude a rotina do pet bruscamente. Ou seja, se você estava acostumado a oferecer o alimento duas ou três vezes ao dia, continue com a mesma organização, porém, dividindo a quantidade diária em cada refeição. Para facilitar, você pode preparar os alimentos e já congelar com as porções corretas.

É importante que haja uma organização dos alimentos, que pode ser semanal, quinzenal ou mensal, dependendo da sua disponibilidade e rotina. No caso de alimentação natural cozida, é importante usar o mínimo possível de microondas para preservar os nutrientes dos alimentos cozidos. Aliás, existem algumas dicas práticas de preparo, como:

  • Os alimentos devem ser cozidos separadamente e pesados após o cozimento, sempre seguindo as orientações passadas pelo especialista veterinário;
  • Não deve ser adicionado óleo aos alimentos na hora do preparo, sendo recomendado o cozimento em água ou vapor;
  • Algumas ervas frescas proporcionam benefícios extras, mas nem todos os animais aceitam esse tipo de ingrediente. Converse com o especialista responsável;
  • O sal pode ser usado na comida dos pets, porém, normalmente acrescidos no final, nunca no preparo. Converse com o especialista sobre o assunto.

Como dissemos, a alimentação natural para cães busca fornecer um dieta balanceada com ingredientes naturais minimamente processados. Trata-se de uma opção que busca um equilíbrio de saúde diferente para o seu pet, que necessita de uma indicação profissional para sua imposição. Portanto, se você pretende fazer uma mudança na alimentação do seu amigo, preencha o formulário abaixo e marque uma consulta com um dos especialistas da Rede Pet Fisio.