Sopro Cardíaco em Cães – Identificando o Problema
Sopro cardíaco em cães: entenda o problema e como ele pode se dividir. Saiba como deve ser feito o diagnóstico e tratamento do sopro cardíaco em cães
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Durante a avaliação física dos pacientes é realizada a auscultação cardiopulmonar; nesse momento, caso haja alguma alteração cardíaca, é possível auscultarmos um sopro cardíaco em cães.
O sopro cardíaco em cães é muito comum em pets de raças pequenas com mais de cinco anos de idade; mas, também pode acometer gatos e cães de raças grandes. Quando o animal é jovem e possui o sopro é importante investigar se o pet não possui algum defeito na formação do coração que seja passível de correção cirúrgica.
A maior casuística de cardiopatia que causa sopro, na rotina veterinária, é a degeneração das válvulas cardíacas (conhecida como endocardiose valvar) que acomete cães de pequeno porte a partir de 5 anos de idade.
As causas e sintomas do sopro cardíaco em cães
O sopro cardíaco canino acontece, em sua maioria, porque a válvula do coração perde a capacidade de se fechar corretamente, produzindo um ruído diferente durante a batida cardíaca, o que chamamos de sopro.
Quando essa válvula não se fecha corretamente ela se torna insuficiente, permitindo o refluxo de sangue a cada batimento cardíaco, causando dilatação do coração, redução da força de contração cardíaca e redução da pressão arterial sistêmica; o aumento do coração e a alteração circulatória causam sintomas como tosse seca (como um engasgo), cansaço fácil, língua arroxeada (cianose), síncope (desmaios), entre outros.
Diagnóstico e acompanhamento profissional
Quando detecta-se sopro à ausculta cardíaca, o paciente deve realizar avaliação cardiológica que incluirá, inicialmente, o ecocardiograma. Dependendo do diagnóstico e do estado clínico do paciente, o veterinário cardiologista poderá complementar a avaliação com outros exames como mensuração de pressão arterial, eletrocardiograma, radiografia de tórax e exames laboratoriais.
Cada um dos exames citados trará informações diferentes quanto ao sistema cardiovascular do paciente, conforme descrito a seguir:
Ecocardiograma: avaliar o formato e tamanho do coração, a movimentação das válvulas, a capacidade de contração cardíaca além de disponibilizar indícios de congestão venosa.
Exame de Pressão Arterial: avaliar se a cardiopatia causa redução da pressão arterial.
Raio-X de Tórax: avaliar o tamanho do coração, os grandes vasos, traqueia e brônquios, e avaliar se há alteração pulmonar secundária à cardiopatia
Eletrocardiograma: avaliar se há arritmia secundária à dilatação cardíaca.
Exames de Sangue de Função Renal: identificar possíveis alterações renais causadas pela cardiopatia, auxiliando na escolha do tratamento de cada paciente.
Tratamento adequado para o sopro cardíaco em cães
O sopro cardíaco canino está presente quando há alteração de função das válvulas cardíacas e/ou má-formação do coração. Os sopros de doenças congênitas englobam alterações nas válvulas (displasias valvares que acarretam estenose ou insuficiência valvar) e presença de shunts (comunicação interatrial e interventricular e presença de ducto arterioso), enquanto os adquiridos são aqueles que se desenvolvem com a velhice do paciente.
As doenças congênitas seriam corrigidas apenas cirurgicamente; porém, nem todas são passíveis de correção cirúrgica. No Brasil, conseguimos viabilizar a correção de alguns shunts e estenose pulmonar; no exterior há centros de referência que viabilizam a correção de mais cardiopatias congênitas por terem acesso à fluoroscopia.
As doenças adquiridas que causam sopro em cães limitam-se às degenerações valvares e cardiomiopatia dilatada. Os medicamentos prescritos para esses pacientes visam estabilização cardíaca e retardo dos sintomas; podemos utilizar diuréticos (Furosemida e Espironolactona), vasodilatadores (Enalapril, Benazepril, Ramipril), inodilatadores (Pimobendan), entre outros.
O sobrepeso é um ponto importante para esses pacientes, pois sobrecarrega o coração; porém, a redução de peso muitas vezes é dificultada nesses pacientes por apresentarem sintomas ao exercício. Assim, o emprego das técnicas de fisioterapia veterinária no auxílio da redução de peso é de grande valia ao paciente, já que é capaz de utilizar exercício de baixa intensidade.
A evolução das cardiopatias é individual; portanto, é imprescindível a avaliação dos pacientes com sopro por um especialista, bem como, o acompanhamento contínuo deles, a fim de retardar a evolução das doenças e evitar quadros emergenciais.