Displasia Coxofemoral em Cães
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A displasia coxofemoral em cães é uma doença hereditária que causa a má formação da articulação coxofemoral, que é responsável por unir o fêmur e pelve. Cães displásicos devem ser excluídos da reprodução.
Trata-se de uma das principais doenças ortopédicas em cães. Para se ter uma ideia, acredita-se que a displasia coxofemoral em cães incide em mais de 40% em algumas raças e é caracterizada pelo desenvolvimento anormal da articulação, resultando em graus variáveis de incongruência e subluxação da cabeça femoral em relação ao acetábulo.
A displasia coxofemoral acomete principalmente cães, mas pode atingir gatos de raças grandes como o Maine Coon. As raças caninas mais afetadas são as de grande porte como veremos a seguir, mas isso não exclui as raças de pequeno porte.
Esta doença pode provocar dor na região do quadril, manqueira, artrose, atrofia muscular e dependendo do grau de severidade o animal pode ter muita dificuldade de andar.
A displasia é dividida nos seguintes Graus:
Grau A: articulação Coxofemoral Normal;
Grau B: articulações próximas do normal;
Grau C: Displasia Coxofemoral Leve
Grau D: Displasia Coxofemoral Moderada
Grau E: Displasia Coxofemoral Grave
Abaixo iremos detalhar informações importantes sobre a displasia coxofemoral animal, desde sua evolução, quais as raças mais acometida e porque, os sintomas mais claros e o processo de diagnóstico. Confira:
1- O que é a displasia coxofemoral em cães?
A displasia coxofemoral canina pode ser entendida como a incongruência e degeneração da articulação da bacia (acetábulo) com a cabeça do fêmur. Trata-se de uma patologia multifatorial, podendo ser hereditária ou desenvolvida através de fatores externos como o excesso de peso, convívio com pisos lisos e atividades físicas excessivas.
Apesar de não ser uma doença que tem cura, a displasia coxofemoral encontra no tratamento conjuntivo (medicamentos e fisioterapia) uma terapia eficaz para combate da dor e avanço da doença articular, como veremos a seguir.
2 – Como ela se desenvolve?
De maneira geral, principalmente nos casos genéticos hereditários, as articulações dos cães acometidos pela displasia têm suas estruturas e funcionalidades normais ao nascimento, e a medida que o filhote cresce começa a ocorrer uma instabilidade resultante da incongruência das superfícies.
Com a forte pressão que a articulação suporta, a cartilagem e as superfícies ósseas sofrem com o impacto constante dos movimentos do cão, que logo começa a apresentar uma série de lesões nessas estruturas.
O estresse contínuo sobre a cartilagem intensifica sua degeneração, promovendo a exposição da superfície óssea. É aí que ocorre a morte de condrócitos superficiais e alterações na matriz cartilaginosa.
Conforme o processo evolui e não há um diagnóstico e tratamento precoce, começam a surgir lesões ósseas decorrentes de outras micro lesões no osso adjunto (osteófitos) e espessamento da cápsula articular.
Com o tempo e a cronificação da doença, a articulação vai perdendo seu formato anatômico, ocorrendo um “rasamento” do acetábulo e deformação da cabeça do fêmur.
3 – Quais são as causas da displasia coxofemoral em cães?
As causas da displasia animal ainda não foram totalmente elucidadas, sendo ainda considerada pelo meio médico como uma patologia multifatorial.
Isso quer dizer que trata-se de uma doença que pode evoluir por diferentes fatores, mas obrigatoriamente envolvendo os genéticos associados a fatores ambientais (obesidade, traumas repetitivos, sobrecarga de exercícios e suplementação não controlada de cálcio ou vitamina D).
Existe também, em conjunção com essas alterações primárias, relativa disparidade de crescimento entre as estruturas ósseas e de tecidos moles envolvendo a articulação coxofemoral, o que auxilia no desenvolvimento da incongruência articular, instabilidade e diferentes graus de inflamação articular e sinovial.
4 – Quais as raças mais acometidas pela displasia coxofemoral em cães e porque?
A displasia coxofemoral em animais acomete principalmente cães de grande porte como Pastor Alemão, Golden Retriever, Buldogue Inglês e Labrador, sem descartar a incidência em raças de menor porte, apesar de mais raras. Embora mais ágeis, os gatos também podem sofrer com a doença, principalmente raças de grande porte como o Maine Coon.
A prevalência da doença em raças de grande porte se dá pelo fato de serem cães pesados com uma propulsão corporal potente nos membros posteriores, além, claro, da incidência genética.
5 – Quais os sintomas mais visíveis da displasia canina?
A displasia canina possui sintomas característicos, entre eles: estalos audíveis na articulação, andar manco, dificuldade em caminhar e sinais de dor ao realizar movimentos mais complexos.
Quando não tratada, a displasia coxofemoral em cães pode apresentar sintomas mais graves e intensos, obrigando o pet a evitar diversas atividades rotineiras como levantar-se, subir escadas, correr, pular, apresentando um andar incomum e uma desproporcionalidade na musculatura em sua parte dianteira.
6 – Como é o diagnóstico da displasia coxofemoral em cães?
O diagnóstico da displasia coxofemoral é feito através de radiografias com sedação, analisando o grau em que a displasia se encontra e qual o melhor planejamento de tratamento para cada caso específico, respeitando sempre as limitações e outras complicações que podem limitar o nível de atividades de reabilitação que o pet possa fazer.
7 – Como é o tratamento para displasia coxofemoral em cães?
É importante ressaltar que a displasia coxofemoral não possui uma cura definitiva, tendo como objetivo em seu tratamento a redução da dor, progressivamente diminuindo a doença articular.
Para isso, o planejamento de um programa eficaz para manter ou restaurar a sua função normal articular é importantíssimo, sempre analisando o contexto do paciente em reabilitação, seu grau de desconforto, idade e possíveis severidades clínicas extras.
A fisioterapia veterinária, nessa ótica, ainda é o tratamento mais sólido. As diferentes técnicas empregadas fornecem o ambiente perfeito para fortalecer a musculatura, combater dores e incômodos, além de controlar a evolução da artrose (normalmente associada diretamente à displasia coxofemoral).
Os diferentes exercícios e métodos de reabilitação são eficientes no retorno das funções articulares e aumento de força muscular dos membros pélvicos com atividades de baixo impacto que evitam mais estresse ao animal.
A hidroterapia com esteira aquática, natação, caminhadas controladas, acupuntura, ozonioterapia e quiropraxia são algumas técnicas eficientes empregadas nos programas de recuperação de cães com displasia coxofemoral.
8 – Por que os tratamentos conservativos são os mais indicados para cães com displasia?
Os tratamentos conservativos são os mais indicados pois têm apresentado ótimos resultados na desaceleração da evolução da doença e melhora dos sintomas. Ações como diminuição do peso do animal (que pode ser feita através da hidroterapia com esteira aquática que preserva a musculatura do pet), a administração de condroprotetores e outras medicações que auxiliam no controle da dor e da progressão da osteoartrose e, principalmente, os diferentes métodos e práticas de fisioterapia veterinária, têm auxiliado de forma eficiente na redução significativa da inflamação e dor na articulação do quadril, sendo também uma ferramenta extremamente eficaz para o ganho de massa muscular ajudando diretamente na estabilização da articulação.
Acredita-se que cerca de 90% dos pacientes utilizam-se de tratamentos conservativos, principalmente quando os resultados das modalidades cirúrgicas ainda não se apresentem como uma potencial cura.
Além disso, os métodos conservativos como a fisioterapia e outras modalidades não invasivas são extremamente úteis, mesmo após a instituição de tratamento cirúrgico. Ou seja, a reabilitação física desempenha papel muito mais fundamental no controle dos sintomas e estabilização indireta do quadril do que propriamente as opções cirúrgicas.
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